30 de nov. de 2012

Resenha #2: O Cortiço - Aluísio Azevedo


Título: O Cortiço;
Autor: Aluísio Azevedo;
Editora: Ática;
Páginas: 232;
Edição: 33 (1997).


Romance de Aluísio Azevedo que conta diversas histórias paralelas com relação a um Cortiço de propriedade do português João Romão, entre elas a da moradora Rita Baiana, uma mulher expansiva e liberada que se envolve com Jerônimo, jovem lusitano recém-chegado ao Brasil, a do dono do Cortiço com a negra Bertoleza, e sua rivalidade com o rico vizinho Miranda,a de Pombinha, sua mãe D. Isabel e a prostituta Léonie, e outras mais que demonstram a natureza humana da visão Naturalista.

É uma história do final do século XIX focada na classe popular carioca com seus hábitos, vícios e problemas. Nele, há uma forte crítica social sobre a desigualdade social, mostrando o modo de vida que o proletariado levava.
O livro narra a história de João Romão, um português que sempre trabalhou desde cedo e com seu "jeitinho brasileiro" e com ajuda de sua amante, Bertoleza, construiu o cortiço São Romão, a taverna e se tornou dono de uma pedreira e era um dos homens mais ricos da região. Ao mesmo tempo, desenrola-se a vida dos moradores do São Romão, como Rita Baiana, Jerônimo, Piedade, Dona Isabel, Pombinha, entre outros. Porém, o personagem principal é o próprio cortiço. O trabalho, as intrigas,  as rodas de samba, os jogos de capoeira, os jantares (inicialmente particulares), as fofocas espalhadas dos tanques a todo o pátio, as idas e vindas de cada morador fazem o lugar pulsar, fazem-no respirar e criar vida própria.
Eu li esse livro no ano passado por causa de uma prova de literatura que iríamos fazer, e, para variar, eu amei. De todos os livros nacionais, ele é um dos meus favoritos (talvez esteja no 2º lugar). Durante a leitura, fui capaz de sentir, ouvir e ver coisas como se eu estivesse dentro do livro e observando tudo. Eu sentia as respirações ofegantes das pessoas depois do samba, o cheiro de suor dos homens que entravam na taverna depois de um dia de trabalho debaixo de um sol escaldante, o cheiro forte de peixa na cozinha nos fundos da taverna. Mas a melhor sensação era a de deitar sob a sombra de uma árvore e sentir o sol tocando a pele até adormecer, exatamente como uma das personagens.
Enfim, a linguagem é simples, muito simples para o padrão da época, e fluente. Ele é uma excelente opção para quem procura clássicos nacionais ou simplesmente quer um bom livro.

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